Raoni Assis nos traz essa obra em que se apropria de uma porta encontrada pela cidade de
Olinda, nos descartes de moradores. O estado de ruína desse objeto denuncia as histórias que
guardam e as suas memórias acumuladas. Esse estado de ruína também faz parte da
apresentação enquanto pano de fundo para obra do artista. A atração da beleza efémera revela
as estruturas essenciais, seja de objeto ou de ideia. O olhar sobre a ruína exige uma aceitação
da desarmonia e da relação contra pontual da temporalidade humana, histórica e natural. As
imagens sobre ruínas também podem estar nos olhos de quem as vê – são uma reivindicação
criativa de símbolos de uma ruptura com o passado, ou, paradoxalmente, da continuidade.